Minha História

Escrever um currículo é sempre um desafio, especialmente quando precisamos escolher aquilo que é relevante. Minha trajetória profissional é marcada por atalhos, pausas e recomeços. Trabalhei em vários contextos sociais, culturais e educativos. Essas oportunidades me proporcionaram uma perspectiva diversificada a nível de conhecimento e experiência.
Não sei ao certo se escolhi ser educadora ou se a educação me escolheu, mas desde muito cedo eu sempre quis ser uma “transformadora”. Como essa profissão não existia, decidi me educar e transformar outras vidas.
A arte foi meu primeiro instrumento de transformação. Aos 10 anos, comecei a manipular fantoches em apresentações públicas e escolas. Esse começo simples, como ajudante de palco, me ensinou muito sobre a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem. Mais tarde, foram os meus fantoches que deram voz às mães e crianças que, por algum motivo, estavam silenciadas.
Ao longo da minha carreira, o lúdico e a arte-educação foram os meios que me aproximaram da leitura e do ensino. Meu primeiro trabalho formal foi como professora de balé, enquanto, de maneira voluntária, me envolvia em iniciativas como creches e associações de apoio à infância. Ser mãe solo aos 18 anos trouxe seus próprios desafios, essa experiência pessoal juntamente com o fato de lidar diariamente com mães em situações de vulnerabilidade e crianças em risco, me impulsionou a buscar mais conhecimento, o que me levou à Pedagogia.
Trabalhei em quatro creches, tive uma empresa especializada na formação de professores e desenvolvi projetos pedagógicos com o objetivo de otimizar as capacidades de crianças desfavorecidas.


Nos Estados Unidos, tive meu primeiro contato com a educação inclusiva, sem saber que, anos depois, eu mesma seria mãe e avó atípica. Mudando de país duas vezes, enfrentei o desafio de adaptar meus filhos a sistemas educacionais completamente diferentes. Lidei com barreiras linguísticas, culturais e emocionais, e essas experiências me moldaram não só como mãe, mas também como profissional.
Conheci crianças perdidas nas escolas e mães impotentes sem saber o que fazer. Foi assim que descobri que encorajar é o principal papel de um educador. Deixei de ser professora e passei a ser encorajadora.
Foi o desejo de entender melhor os desafios enfrentados por outras crianças e famílias que me levou a me especializar em Neuropsicopedagogia e concluir um mestrado em Otimização das Capacidades Cognitivas. A partir daí, eu não tinha apenas a experiência prática, mas também as ferramentas teóricas para apoiar outras famílias.
Sou mãe de um filho autista, com seletividade alimentar e dificuldades sensoriais. Vivi intensamente todos os lados dessa realidade, desde os anos de busca por um diagnóstico até as dúvidas que surgiam nas escolas. Essa é a minha história, tão parecida com a história de tantas outras mães !
Hoje, estou aqui como educadora, apoiando e orientando famílias, ajudando seus filhos a superarem desafios que, muitas vezes, parecem intransponíveis. Meu compromisso é compartilhar o que aprendi, tanto nos livros quanto na vida, facilitando o caminho para outras pessoas, e promovendo uma educação verdadeiramente transformadora.
